O plantio da soja está liberado em Mato Grosso do Sul a partir desta segunda-feira (16), após o período de vazio sanitário. De acordo com a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de MS), a expectativa é que a safra 2024/2025 tenha aumento de área e produtividade.
Desta forma, espera-se o plantio da oleaginosa em 4,5 milhões de hectares, o que representa acréscimo de 6,8% em comparação à safra de 2023/2024, quando foram disponibilizados 4,2 milhões de hectares em Mato Grosso do Sul.
Em relação à produtividade, a expectativa é que o próximo ciclo alcance 51,7 sc/ha, aumento de 5,9% em comparação ao ciclo anterior.
Segundo o presidente da entidade, Jorge Michelc, a produção deverá alcançar 13,9 milhões de toneladas. Caso essa expansão ocorra, o aumento será de 13,2%. Na safra 2023/2024 foram produzidas 12,3 milhões de toneladas de soja.
Questão climática
As condições climáticas são um desafio para o próximo ciclo, como foi no ciclo atual. A falta de chuvas e as temperaturas altas impactam significativamente no potencial produtivo, como ocorreu na safra 2023/2024.
Economia
Apesar disso, a entidade vê a safra 2024/2025 de forma positiva na comparação com a safra de 23/24.
Para o analista de Economia da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, “a demanda internacional deve permanecer em expansão e dependendo da oferta de grãos disponibilizada ao mercado internacional pelos principais países produtores, podendo impactar positivamente no preço da saca de soja”.
Ele explica que, nas últimas safras, o preço médio ponderado da saca de soja apresentou uma tendência negativa, passando de R$ 168,34/sc em 21/22 para R$ 138,82 na safra 22/23 e R$ 117,14 na safra 23/24.
“A tendência agora é que na safra 24/25 os preços fiquem entre R$ 120,00 e R$ 130,00/sc, caso as condições atuais do mercado internacional se mantenham, iniciando uma tendência de valorização do preço”, afirma.
Custo de produção
Em relação aos custos de produção, a produtividade estimada da soja foi de 50 sacos por hectare e o preço médio utilizado foi de R$ 120 por saca de 60 kg.
Para a safra 2024/2025, o custo total está estimado em R$ 5.987,24, o equivalente a 49,89 sacas por hectare, abaixo do valor estimado pela Aprosoja/MS para a safra anterior 23/24, que foi de R$ 6.170,61. A perspectiva representa redução de 3% no custo total.
“O custo de produção segue uma metodologia que permite uma comparabilidade entre os custos anteriores e os subsequentes, que cada propriedade apresenta particularidades quanto aos fatores terra, capital e trabalho, e que por ser uma estimativa esses valores podem divergir, mas em média, demonstra o valor estimado despendido para os produtores do estado”, explica o analista.
Já as despesas de custeio da lavoura foram estimadas em R$ 3.431,60, o que equivale 28,60 sc/ha. Dentre essas despesas, o custo com fertilizantes é o mais representativo, pois é responsável por 32,78% (R$ 1.125,00).
Ou seja, para seu pagamento, são necessárias 9,38 sacas por hectare. Em segundo lugar, encontra-se o material propagativo, que são as sementes, com custo de 16,58% (R$ 568,80) ou 4,74 sacas por hectare.
Vazio Sanitário
No vazio sanitário do atual ciclo, realizado de 15 de junho a 15 de setembro, o cultivo da oleaginosa esteve proibido em todo o território sul-mato-grossense.
A medida visa reduzir inóculos do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, doença que pode diminuir a produção da soja em até 90%.
Na safra que se encerrou neste ano, Mato Grosso do Sul foi o terceiro estado com mais incidência da doença, com 35 registros, atrás do Paraná, com 128, e do Rio Grande do Sul, com 110 casos.
O município de MS que registrou mais casos da doença foi Naviraí, na região sul, segundo o Consórcio Antiferrugem, plataforma de monitoramento de casos da doença coordenada pela Embrapa Soja.
A semeadura da oleaginosa está permitida até o dia 31 de dezembro.
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