Com o anúncio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de que a bandeira tarifária da energia elétrica do país será amarela neste mês de julho, a conta de luz dos sul-mato-grossenses, que estão sob concessão da Energisa, fica cerca de 1,5% a 1,6% mais cara a cada kW/h (quilowatt-hora) consumido, e o valor irá variar de acordo com o município.
“Cada um dos municípios da área de concessão da Energisa vai ter um valor porque dentro dessa situação também está a contribuição de iluminação pública, que cada município tem uma lei”, detalha a presidente do Concen-MS (Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa MS), Rosimeire Costa.
“Aqui em Campo Grande a isenção é até 49 kW/h consumidos. A partir de 50 kW/h, já paga essa contribuição e aí vai aumentando. Acima de 1.000 kW/h consumidos paga-se um valor maior ainda porque ela (a contribuição) está vinculada ao consumo. Então, quanto mais você consome, mais você paga”, completa.
Mais cara quanto?
Com o acionamento das termelétricas, os valores da energia em Mato Grosso do Sul ficam mais caros a cada kW/h, incluindo encargos e impostos.
Sendo assim, com o aumento entre 1,5% a 1,6%, o consumidor que pagava cerca de R$ 190 por 144 kW/h utilizados, vai passar a pagar cerca de R$ 193,00. Lembrando que o valor vai apresentar pequenas variações devido aos tributos e à iluminação pública.
Consumo cauteloso
Segundo Rosimeire, o consumidor precisará repensar seu consumo para evitar desperdícios. “Agora é o momento de o consumidor ficar de olho no medidor, usar menos o ferro de passar, tomar banhos curtos, não deixar luzes acesas pela casa e tirar da tomada eletrodomésticos que não precisam ficar conectados. São pequenas ações do dia a dia que evitarão surpresas no final do mês”, enfatiza a presidente do Concen-MS.
Economia e escassez hídrica
Desde abril de 2022 não havia alteração na bandeira tarifária no Brasil. Ao todo, o país ficou 26 meses na bandeira verde. O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015. Antes das bandeiras, o repasse desses custos de operação era feito apenas nos reajustes tarifários anuais.
Por isso, o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um alerta para reagir a um preço mais alto.
Já com as bandeiras tarifárias o consumidor se tornou mais ativo na definição de sua conta de energia, pois, ao saber que a bandeira está amarela, pode ajustar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta. Consequentemente, há redução de custos de operação do sistema, diminuindo a necessidade de acionar termelétricas.
Agora, conforme a Aneel, a bandeira amarela foi acionada devido à previsão de chuvas abaixo da média, em cerca de 50%, até o final do ano. Além disso, há expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período.
O cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, que produzem energia mais cara que as hidrelétricas, passem a operar mais, principalmente durante a noite, quando não há produção de energia solar, elevando os custos da geração de energia no país.
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