As investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que levaram a prisão de Francisco Cezário de Oliveira e de outros seis na Operação Cartão Vermelho, em 21 de maio, mostram que os membros da suposta organização criminosa exigiam que os clubes devolvessem até 20% do valor obtido em patrocínios intermediados pela FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul).
Jamiro Rodrigues de Oliveira, conhecido como “Miro” e um dos réus da Operação Cartão Vermelho, descreveu o esquema de recebimento de recursos pela FFMS durante interrogatório. Essa confirmação já teria aparecido nas investigações do Gaeco.
Miro foi presidente do Misto Esporte Clube. Renunciou ao cago em 2016 e assumiu a vice-presidência da FFMS em setembro do mesmo ano.
Durante o interrogatório, ele explicou que, quando um clube recebia um patrocínio intermediado pela FFMS, era obrigado a negociar uma porcentagem para os membros da suposta organização criminosa. O pagamento ainda era feito por meio de dinheiro em espécie. Nem mesmo times pequenos escapavam da cobrança.
“Quando consegue algum patrocínio para o clube, a pessoa que consegue o patrocínio recebe uma porcentagem do valor. (…) A média geral [do valor recebido] é de 20%, muitas vezes o clube é pequeno, o patrocínio é pequeno, aí os caras chegam num acordo aí 10%, 15%, depende do acordo que for feito clube e patrocinador (…) a maioria é em dinheiro vivo, quando o dinheiro entra na conta do clube o clube saca o dinheiro e passa em dinheiro”, contou na segunda parte do interrogatório.
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